quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Olhar nos outros olhos, faz toda a diferença!

Atordoadas pelas emoções da paixão, as vítimas quando envolvidas numa relação com alguém de personalidade perturbada, olham para o seu par como a pessoa ideal, enquanto estas últimas cuidam muito bem dessa caracterização, sendo natural que a relativização aconteça, por mais evidente que seja o facto que leva a vítima a se sentir incomodada.

Os olhos, o olhar mais propriamente dito, são um facto! Um facto incontornável que não se pode retirar do cenário e por muito estranho que possa parecer, esse atordoamento poderá não facilitar uma análise mais concreta e objetiva do que transmitem os olhos que as observam.

Aquela ilusão que se cria, de que se tratam de olhares distantes, fruto de uma conjuntura adversa, como se a pessoa em questão desse sinal de mera preocupação, é uma ilusão que poderá cegar a vítima.

O ideal seria que a pessoa apaixonada tivesse o discernimento para entender que aquele olhar turvo, ou seja, sem brilho, ou pálido, como se tratassem de olhos revestidos por uma película opaca, em alguns casos, com uma auréola esbranquiçada, são o espelho de uma alma sombria; que aquele abrir de olhos em forma de êxtase é tão-somente uma expressão reveladora de que as antenas internas estão ativas a captarem tudo no interlocutor que possa ser utilizado como arma de arremesso; que as ensanguentadas ramificações que despertam a espaços, são manifestações contidas de raiva; que o observar a vítima a média distância com o olhar semicerrado e esquivo, é sinal de desprezo e que nem sequer está a ouvir, apenas a querer fugir à conversa; que o olhar desafiador frontal hipnótico, mas que parece estar a milhas de distância das emoções da vítima, revela a intenção de desnortear e dominar; que o não encarar, é manifestação de desconforto porque sabe que engana, mente, trai; o repetido e ritmado piscar dos dois olhos em simultâneo, um jogo enganoso de charme com base na sobrevalorização, o lado narcisista a funcionar; e ainda aquele olhar cujos olhos parecem sair de órbita, ameaçador, é também tentativa de intimidação…

Naturalmente, para quem das garras destas criaturas já se libertou, é mais fácil fazer estas constatações, bem se sabe! Nunca será tarde para olhar com olhos de ver, porque os olhos das criaturas psicopatas é o seu “Tendão de Aquiles”!


Pedro Ferreira

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