quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Uso e Abuso da Boa-vontade

Se numa relação em casal, ainda no seu início, de súbito, uma das partes passar de um registo encantador para distante, é bem que a outra fique atenta, porque pode ter caído numa cilada orquestrada por uma mente perturbada.

Mesmo com a alegação de que algo na vida não corre de feição, ninguém que quer bem a outrem, tampouco a quem ame, terá tal comportamento, bem pelo contrário, pois os sofredores procuram quem os possa aliviar as dores, naturalmente a quem lhes é mais querido.

Posto isto, não é crível, nestas circunstâncias que se tenha começado uma relação saudável. Alerta máximo!!!

A compreensão de uns, não pode ser uma janela de abuso para outros e nestas situações, torna-se claro como água, porque todo o ser-humano tem dificuldades e adversidades, sendo que os condicionalismos que provocam, a cada qual acontece em diferentes dimensões.

Quem está de boa-fé numa relação desta natureza, que não se deixe iludir por esse aparente estado de preocupação da outra parte, é apenas uma forma muito subtil (chantagem emocional) de se manter na relação com os mais perversos propósitos, que se notarão mais adiante, numa espécie de obtenção de crédito pré-aprovado para ir gastando em sucessivas chantagens emocionais, usando e abusando da compreensão da vítima.

Pode a própria criatura perversa ou um familiar direto estar com graves problemas, seja a que nível for, mesmo assim não se justifica a indiferença para com quem lhe possa oferecer a outra parte, a boa, a do consolo, amparo e auxílio.

Uma relação saudável, não vive de costas voltadas com os pressupostos da reciprocidade. Evite-se, portanto, toda e qualquer relação movida a um só motor, pois qualquer um é falível e por mais que dure em funcionamento, o cansaço é garantido. Depois, de nada valeu, porque afinal de contas uma falsa relação está sempre condenada ao insucesso e lá diz o dito, “o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita”.

Evitem-se as relações tóxicas, porque do lado de lá, sem remos, estará sempre alguém perturbado que, no mínimo, usa e abusa da boa-vontade da vítima que fica a remar sozinha até parte alguma.


Pedro Ferreira

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