Não é fácil fugir das garras de uma criatura
psicopata, mas sim, é possível! É ainda possível ir muito mais além,
enfrentá-la e servir de escudo aos seus futuros ataques, colocando-se a vítima,
ora regenerada, entre o agressor e os mais vulneráveis.
Criatura psicopata alguma, lida bem com quem o
enfrente, com quem se torne um obstáculo entre si e as almas que pretende
roubar, esse é o segredo do sucesso, mesmo que, recorde-se, não seja fácil!
Exista, pois, coragem para mudar o rumo dos
acontecimentos e nada melhor para isso, que a tomada de consciência de quem
somos, assumindo a dura realidade dos factos, sermos vítimas e como tal
interiorizar a ideia que não carece de vitimização, mas sim de ação. E ação é
isto mesmo: abandonar o quanto antes da relação tóxica; estudar o assunto;
assumir o papel de vítima; enfrentar a realidade nua e crua dos factos; voltar
para a enfrentar; ajudar a quem vem mais atrás.
Passividade, derrotismo, fatalismo, vitimização,
lamuria, no fundo, inoperância, de nada resolvem, bem pelo contrário, enfrentar
é o que deve ser feito! Problema algum se poderá resolver sem se ter
consciência de que ele existe, nem tampouco fugindo dele. Fugir do agressor é
imperativo, mas fugir do problema, jamais!
Falar?! Faz tão bem!!! Sinónimo de que se tem a
questão bem resolvida, caso contrário alguns de nós não estaríamos aqui tão
abertamente a debater um assunto tão sensível e marcante, “a pior das
experiências” diz quem superintende da matéria! Preocupante, será, pois, todo
aquele que se mantêm fechado, receando, por vergonha ou intimidação, não
importa, mas que não é construtivo e atenuador, lá isso não! Bem pelo
contrário, quem acumula tamanho dano dentro de si, acaba por sufocar e
nitidamente não se libertar destas amarras da psicopatia, resultando nesse
caso, numa clara vitória para a perversa criatura psicopata.
Como alguém da APAV disse a propósito: “se fossem
assim, todas as reações a este problema, com sistemáticos alertas ao mundo para
o perigo que a psicopatia representa, tendo por base a experiência pessoal de
cada uma das vítimas, teria a APAV a vida facilitada.”
Gritem, pois, se necessário for, mas não se martirizem
mais por via do silêncio, ou não foi, também este o maldito silêncio, um dos
vossos mais temíveis carrascos?
Pedro Ferreira © 2020
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