Não esperem que as criaturas psicopatas se apresentem à nossa frente como seres de aspeto descuidado, malcheirosos, sujos, trazendo numa das mãos uma faca ensanguentada, espumando pela boca, com uma voz tenebrosa e com uma atitude agressiva e ameaçadora… bem pelo contrário!
Verão exatamente o oposto, alguém charmoso, muito agradável no trato, calmo, bem-vestido e cerimonioso, de entre muitas outras aparências que caem muito bem em sociedade. Os manipuladores, sabem muito bem disso, daí só saírem à rua ostentando a sua melhor máscara, a que agrada, encanta, cativa e provoca desejo, no fundo, tanta coisa boa num só ser.
É neste aspeto que reside a maior dificuldade para as vítimas, tanto aquando das primeiras abordagens, porque está a ser enganada, como aquando da fuga desse engano, pois dificilmente consegue convencer alguém que uma pessoa tão encantadora poderá ser tão perversa. É uma tremenda chatice, cai-se em descrédito perante o Mundo, passa-se mesmo mal, angustia-se e ninguém em redor consegue compreender a profundidade do drama vivido.
A psicopatia é de tal forma grave, que chega a este ponto, como um vírus sem cura possível, que ninguém vê, mas que se sabe que existe, nem onde, nem como, não demonstrável a olho nu, logo ninguém acredita que fez mais uma vítima. Um problema que ultrapassa todos os limites da razoabilidade e da compreensão humana, pois é tudo e, em simultâneo, invisível, como se de espíritos malignos encarnados se tratassem… combate-se um espírito assim?
Só existe uma saída possível, a própria saída!
Por mais belo, simpático, bem cheiroso, tranquilo e de outras agradáveis particularidades, que alguém se apresente, não poderá ser de confiança se os seus atos causam dano em terceiros.
Ninguém, por mais encantado que se sinta pela outra parte, procura uma relação para sofrer.
Pedro Ferreira
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