sábado, 30 de janeiro de 2021

O Xadrez da Manipulação

Que não sirva de consolo para a vítima, mas tome-se nota que a criatura psicopata não tem intenções de manipulá-la somente a si, bem pelo contrário, enquanto o faz, todas as pessoas em seu redor, numa espécie de peças de xadrez, estão, igualmente, a ser jogadas em proveito próprio, algo que faz com extrema mestria, autênticos campeões no xadrez da manipulação.

Fazem-no com tal perfeição, que cada peça manipulada não tem a possibilidade de ver, as outras peças a serem, igualmente, manipuladas. Cada jogada destas leva cada uma das vítimas ao engano, devido à forma como é anunciada a cada qual, comummente com a alegação de reverter em benefício comum, desviando, desta forma, as atenções sobre o que se passa noutros quadrados do mesmo tabuleiro, no fundo, cria-se um ilusório benefício coletivo, que chega a contemplar a ideia de que o manipulador até sai da jogada prejudicado, um bom-samaritano, inclusive levando as vítimas a proferirem agradecimentos cegos pela inocência.

O ideal é que se tenha uma perspetiva vista de cima sobre o tabuleiro, observando com atenção a forma como todas as peças são movimentadas, de forma isenta e longe das emoções dos acontecimentos, para que se possa ter uma noção exata de como joga a criatura psicopata com as pessoas que a rodeiam. Ao fazer esta leitura, muitas coisas começam a fazer sentido, pois, afinal de contas, assim constata que benefício algum retira dessas jogadas, bem pelo contrário, sente-se como se estivesse a ver-se a si própria como mais uma marioneta de entre muitas nas mãos de um ser perverso, que joga alto com a vida de quem se cruza no seu caminho, somente para conseguir os seus mais ambiciosos intentos, que geralmente se resumem a quatro: almas; sexo; estatuto social; bens materiais, retirados em grandes pedaços de cada uma das suas vítimas.

Neste jogo do vale tudo, passam de tabuleiro em tabuleiro, usando e abusando de novas peças, sempre com os mesmos propósitos. Nisto se resume a triste vida destas criaturas.

Não se crie a ilusão que é possível vencer este jogo enquanto peça do próprio jogo, há que sair dele o quanto antes, virar o tabuleiro se for necessário e revelar a desonestidade destes predadores de vidas, permitindo que dessa forma as demais vítimas, mesmo que tombadas ou combalidas, jogadas pelo chão, viradas ao contrário ou partidas, não importa, consigam escapar deste xadrez de horrores.



Pedro Ferreira

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