terça-feira, 2 de junho de 2020

Vou ali pensar um pouco sobre o que sinto por ti...

Quem necessita de pensar para aferir o que sente?! Somente quem nada sente!

Como se os sentimentos fossem fruto de raciocínio lógico, a pessoa psicopata, tem, a espaços, a necessidade de se recolher para tentar perceber o que sente, pelo menos, é o que dizem. Mas, no fundo, por um lado, é outra forma de iludir a sua vítima mantendo-a cativa, expectante e ansiosa à espera de um sentir bem definido e definitivo e, por outro lado, uma espécie de tentativa de descarte de responsabilidades futuras, do tipo " fui avisando que precisava de pensar sobre o assunto"...

Contudo, é natural que a pessoa psicopata vá polvilhando estes interregnos relacionais para uma fictícia reflexão com vãs repetições alusivas a uma enganosa convicção sobre o que sente e o que quer da relação que mantêm com a vítima, algo sempre fantástico e enternecedor, naturalmente, mas, e uma vez mais, apenas com o propósito de a confundir para assumir o comando das operações.

Para se libertar ou não se deixar enredar neste claro jogo de manipulação, a vítima terá de ter sempre presente que os sentimentos são espontâneos e alimentados, num crescendo e nunca como resultado de uma qualquer programada reflexão, no fundo, o que a pessoa psicopata está-lhe a transmitir com esta alegada necessidade de reflexão sobre os seus sentires, não é mais que um claro e inequívoco, "nada sinto por ti, porque nada sinto!"

Mendigar sentimentos é profundamente indigno, as pessoas psicopatas sabem disso e este perverso jogo permite-lhes ter aquele prazer de subjugar os outros aos seus encantos.

Só se deve aceitar nas nossas vidas quem nos sente de forma genuína, por tal seria bom que toda e qualquer intenção no sentido de "vou ali num instante refletir sobre o que sinto por ti e já volto", seja linearmente rejeitada logo à primeira tentativa.

Pedro Ferreira


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