Comummente, hoje em dia mais
facilmente alguém se entrega nas mãos de outrem o que de mais íntimo se pode
ter, o próprio corpo na sua plenitude, que se entrega algo mais superficial,
como a manifestação verbal de um simples interesse pessoal, parecendo este
último constituindo de um incompreensível secretismo, pertencente ao foro mais
íntimo do ser-humano, numa autêntica inversão de valores, ao ponto de numa
noite se partilharem intensas manifestações físicas enquanto se omitem simples
informações que deveriam ser do conhecimento geral, como a profissão exercida,
o estado civil, a paternidade/maternidade e muitos outros aspetos fundamentais
para uma salutar convivência em partilha de mútuo conhecimento.
As pessoas psicopatas sabem disso,
por tal entram logo em vantagem, consomem o corpo da sua vítima, pois sexo é um
dos seus 4 propósitos primordiais de vida, num terreno onde se dispensam
palavras, como qualquer espécimen animal irracional que possui o outro até se
saciar.
É natural que mais adiante a vítima ouça
algo surpreendentemente assustador, que será algo como: "preciso de
refletir do porquê do meu corpo já não reagir ao teu toque!" Acontece
quando qualquer animal está saciado...
Neste momento, a vítima deverá ter a
plena consciência de que não poderá esperar nada de bom do seu par tóxico, nem
sequer essa aparentemente feliz partilha da intimidade, pois, do outro lado já
não se encontra ninguém na relação, nem sequer por outro interesse,
provavelmente até já estará no campo de outra vítima, daí a perda de interesse
no sexo… afinal de contas novos e desafiantes prazeres espreitam.
Não é fácil neste ponto, em que algo
tão íntimo já foi entregue, aceitar tão dura realidade e sair de cena. Nada
mais a vítima poderá fazer..., já se fez tarde!
Naturalmente, o lado psicopata vai
querer voltar, 7 vezes em média, e novas, e alucinantes partilhas íntimas se
promover..., o tal roubo de emoções a qualquer preço!
E pagam tudo que for preciso por
sexo, inclusive maquinam de forma a acenarem à vítima com ideais sérios de
construção familiar, ao ponto de envolverem familiares de ambas as partes,
menores inclusive, num falso ambiente dentro de 4 paredes, apenas e tão-somente
como uma espécie de camuflagem de acreditação do prazer sexual, algo que de
outro modo seria socialmente menos aceite.
Quando a vítima se apercebe desta
autêntica violação a que esteve sujeita, é natural que tudo lhe pareça um
autêntico pesadelo, pois olha para trás e apercebe-se que apenas foi usada como
objeto de prazer. Neste aspeto em concreto, infelizmente, como noutros, pouco
se pode fazer ou dizer para conforto da vítima.
No entanto, a autoestima, esse
último recurso da dignidade das pessoas com carácter, deve sobressair e
impor-se perante qualquer lamento. Na verdade, antes vítima de abuso, por muito
marcante que seja, que eternamente no papel de abusador/a.
Pedro Ferreira 2020
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