segunda-feira, 15 de junho de 2020

Apenas por Sexo

Comummente, hoje em dia mais facilmente alguém se entrega nas mãos de outrem o que de mais íntimo se pode ter, o próprio corpo na sua plenitude, que se entrega algo mais superficial, como a manifestação verbal de um simples interesse pessoal, parecendo este último constituindo de um incompreensível secretismo, pertencente ao foro mais íntimo do ser-humano, numa autêntica inversão de valores, ao ponto de numa noite se partilharem intensas manifestações físicas enquanto se omitem simples informações que deveriam ser do conhecimento geral, como a profissão exercida, o estado civil, a paternidade/maternidade e muitos outros aspetos fundamentais para uma salutar convivência em partilha de mútuo conhecimento.

As pessoas psicopatas sabem disso, por tal entram logo em vantagem, consomem o corpo da sua vítima, pois sexo é um dos seus 4 propósitos primordiais de vida, num terreno onde se dispensam palavras, como qualquer espécimen animal irracional que possui o outro até se saciar.
É natural que mais adiante a vítima ouça algo surpreendentemente assustador, que será algo como: "preciso de refletir do porquê do meu corpo já não reagir ao teu toque!" Acontece quando qualquer animal está saciado...

Neste momento, a vítima deverá ter a plena consciência de que não poderá esperar nada de bom do seu par tóxico, nem sequer essa aparentemente feliz partilha da intimidade, pois, do outro lado já não se encontra ninguém na relação, nem sequer por outro interesse, provavelmente até já estará no campo de outra vítima, daí a perda de interesse no sexo… afinal de contas novos e desafiantes prazeres espreitam.

Não é fácil neste ponto, em que algo tão íntimo já foi entregue, aceitar tão dura realidade e sair de cena. Nada mais a vítima poderá fazer..., já se fez tarde!

Naturalmente, o lado psicopata vai querer voltar, 7 vezes em média, e novas, e alucinantes partilhas íntimas se promover..., o tal roubo de emoções a qualquer preço!

E pagam tudo que for preciso por sexo, inclusive maquinam de forma a acenarem à vítima com ideais sérios de construção familiar, ao ponto de envolverem familiares de ambas as partes, menores inclusive, num falso ambiente dentro de 4 paredes, apenas e tão-somente como uma espécie de camuflagem de acreditação do prazer sexual, algo que de outro modo seria socialmente menos aceite.

Quando a vítima se apercebe desta autêntica violação a que esteve sujeita, é natural que tudo lhe pareça um autêntico pesadelo, pois olha para trás e apercebe-se que apenas foi usada como objeto de prazer. Neste aspeto em concreto, infelizmente, como noutros, pouco se pode fazer ou dizer para conforto da vítima.

No entanto, a autoestima, esse último recurso da dignidade das pessoas com carácter, deve sobressair e impor-se perante qualquer lamento. Na verdade, antes vítima de abuso, por muito marcante que seja, que eternamente no papel de abusador/a.


Pedro Ferreira 2020

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